… numa fase complexa e crítica, em que as IES (instituições de ensino superior) discutem os Estatutos (que alguns já terminaram), considero muito adequado que se abra à discussão da comunidade académica, o que vão sendo as reflexões da Assembleia Estatutária.
Gosto de pensar que não se trata, simplesmente, de redigir uns estatutos – tal poderia ser encomendado a um jurista, por exemplo. Trata-se de discutir visão estratégica e organizacional, de construir e discutir futuro. Por isso, os processos são tão importantes como o resultado. Ou mais importantes, se permitirem a disseminação da discussão.
Naturalmente, participa quem quer mas «isso» é do costume. E uma das possibilidades é sempre a da avestruz. Todavia, para quem quiser dizer de sua justiça, nesta IES, abre-se à discussão, quer em texto, quer em sessões públicas nas Escolas.
Poucas vezes terá sido tão importante como agora, começar a debater, trocar ideias, lutar por caminhos diferentes, explicar ao poder que a «treta» não diz com a «careta». É hora de gente adulta, que pensa pela sua própria cabeça, no mínimo, fazer suas as palavras de Régio:
“Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!”
Posso estar numa hora de menor apetite de beligerância, mas se as minorias activas, pelo menos fossem capazes de repetir na prática os versos do Régio já não seria tão mau como na actualidade.
Ao dizermos que tal como está não serve, pode ser o primeiro passo para levantarmos a cabeça e perguntarmos: Então e agora? o que é que eu faço?
Mas, qualquer professor está habituado a responder a esta questão.
Esta é a questão que 11 em cada 10 alunos colocam, dia a dia, na sala de aula, por menor que seja o problema atirado para o meio do maralhal.
Bom trabalho Lucília!
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Obrigada pelo encorajamento, Alexandre. E pelo «bom» do trabalho, que é por gosto.
Também me parece que este é – ou pode ser – um momento fulcral. Não tenho jeito, por feitio, para lavar as mãos e não gosto de deixa andar. Talvez o tempo e alguma experiência tenham trazido, não menor beligerância da minha parte, mas mais… ia escrever serenidade, e lembrei-me de Heidegger. Tem um livro chamado assim. Por isso, com serenidade (risos) arregaçam-se as mangas…
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