Sim, como toda a gente (será?!) uso expressões idiomáticas. Identifiquei as que me parecem mais frequentes…
- À grande e à francesa: ostentar, com pompa e circunstância
- Abandonar o barco: desistir numa situação difícil
- Abécula: diz-se de alguém pouco inteligente, incompetente
- Abrir o jogo: revelar detalhes, dizer a verdade, clarificar intenções
- Adoçar a boca: pretender um favor de alguém com elogios
- Agora é que são elas! momento em que começam as dificuldades
- Amigo da onça: amigo falso, interesseiro ou traidor
- Ao deus dará: abandonado ou sem rumo
- Armar um banzé:fazer algazarra, barulho, confusão
- Arranjar sarna para se coçar: procurar problemas
- Arregaçar as mangas: começar uma atividade ou um trabalho com afinco
- Balde de água fria: desilusão, desapontamento, quebra de expetativas
- Barata tonta: andar perdido, desorientado, sem saber o que fazer
- Bater na mesma tecla: insistir no mesmo assunto
- Cabeça na lua | Cabeça nas nuvens: distraído, pessoa que nunca sabe que dia é, se esquece dos seus afazeres.
- Cair a ficha: dar-se conta de algo ou entender um assunto tardiamente
- Cair o Carmo e Trindade
- Cair de pára-quedas: de forma inesperada, sem preparação
- Calinada: forma de corrigir alguém que cometeu erro (ortográfico)
- Cara de pau: descarado ou sem-vergonha, desfaçatez
- Com a corda no pescoço: estar ameaçado, sob pressão ou com dificuldades financeiras
- Com a faca e o queijo na mão: com poder ou condições para resolver algo
- Com a mão na massa:iniciar ou continuar uma atividade
- Como as obras de Santa Engrácia: obras que não acabam
- Como sardinhas em lata: muito apertados
- Conversa fiada: falar mentira ou inventar desculpas
- Da boca para fora: dizer de ânimo leve
- Dar a volta ao bilhar grande: não incomodar e ir embora
- Dar a volta por cima: recuperar de um azar, de uma adversidade
- Dar com a língua nos dentes: dizer algo que não podia ter sido dito
- Dar de bandeja: sem esforço, sem dificuldades
- Dar o braço a torcer: ceder a uma opção que não era a escolhida
- Dar um lamiré: explicação resumida sobre algo
- Dar uma mãozinha: dar uma pequena ajuda
- Dar uma volta ao bilhar grande:
- Dor de cotovelo: convencionada como dor dos invejosos
- É trigo limpo farinha Amparo: certeza de algo
- É um pau de dois bicos: decisão difícil
- Erro crasso
- Em águas de bacalhau: sem resposta
- Engolir sapos: fazer algo contrariado, suportar situações desagradáveis sem qualquer manifestação
- Estar com a cabeça quente: estar muito irritado
- Estar com a corda toda: estar animado ou empolgado
- Estar com a pulga atrás da orelha: estar desconfiado
- Estar com um pé atrás: estar desconfiado
- Estar com uma pedra no sapato: ter um problema por resolver
- Falta de chá: falta de boas maneiras
- Falar pelos cotovelos: não se calar
- Favas contadas: acontecimento ou facto dado como certo
- Fazer cera: sem fazer nada, preguiçoso
- Fazer de olhos fechados: fazer com muita facilidade
- Fazer vista grossa: fingir que não viu, relevar ou negligenciar
- Feito ao bife: estar com um problema grave sem solução à vista
- Ferver em pouca água: pessoa irritadiça, que não tem muita paciência e não aceita situações desfavoráveis.
- Ficar a ver navios
- Ir aos arames
- Lágrimas de crocodilo: quando a pessoa parece fingir a sua tristeza ou quando o outro não acredita na sinceridade dos seus sentimentos.
- Lavar a roupa suja: acertar as diferenças com alguém
- Lavar as mãos: não se envolver
- Levar a carta a Garcia
- Memória de elefante: lembra-se dos ínfimos detalhes muito tempo depois
- Meter a pata na poça: fazer asneira
- Meter o dedo na ferida: insistir numa situação problemática
- Meter os pés pelas mãos: confundir-se no raciocínio, agir desajeitadamente
- Mudar da água para o vinho: mudar totalmente ou radicalmente
- Não chega aos calcanhares: não está ao mesmo nível
- Não é grande espingarda: não é grande coisa
- Não vai ser pêra doce: não vai ser fácil
- Nariz empinado: pessoas que estão muito convencidas de que têm sempre razão e que querem sempre pôr em prática as suas ideias.
- Nunca mais é Sábado: quando algo está a levar muito tempo até suceder ou quando se está enfastiado e se quer que o tempo passe mais rápido.
- Onde Judas perdeu as botas: lugar muito distante
- Ouro sobre azul: algo perfeito, boa oportunidade
- Ouvidos de tísico: ouvir muito bem
- Paninhos quentes: tratar alguém com condescendência, amenizar os factos
- Pendurar as chuteiras: aposentar-se ou desistir
- Pensar na morte da bezerra: não prestar atenção quando lhe falam
- Perder as estribeiras: desnortear-se
- Pôr as barbas de molho: precaver-se
- Pôr as cartas na mesa: expor os factos
- Pôr a mão no fogo: confiar muito em alguém, atestando a sua inocência
- Pôr mãos à obra: trabalhar com afinco
- Pôr o carro na frente dos bois: pular etapas de forma inapropriada, geralmente atrapalhando o andamento de uma situação
- Pôr os pontos nos “is”: esclarecer uma situação detalhadamente
- Preso por ter cão e preso por não ter: implica-se por fazer ou por não fazer alguma coisa
- Procurar sarna para se coçar: envolver-se em problemas sem necessidade
- Prometer mundos e fundos: fazer promessas exageradas
- Quem anda à chuva, molha-se: as acções têm consequências e é necessário lidar com elas.
- Rebeubéu pardais ao ninho: grande alvoroço sem resultado
- Résvés Campo de Ourique
- Riscar do mapa: fazer desaparecer
- Salvo pelo gongo
- Sem pés nem cabeça: sem lógica ou sem sentido
- Sem dizer água vai
- Subir pelas paredes: desesperar-se
- Tempestade em copo d’água: dar importância muito grande a uma coisa muito pequena, transformar uma banalidade em tragédia
- Ter uma panca: ter alguma fixação por alguma coisa, alguma mania, comportamento estranho (por vezes no bom sentido)
- Tirar o cavalinho da chuva
- Torcer o nariz; não se concorda com uma ideia ou já se sabe à partida que não se estará muito aberto a ela.
- Trivial, croquetes: o costume, o habitual
- Trocar alhos por bugalhos: confundir fatos
- Trocar seis por meia dúzia: trocar uma coisa por outra que não vai fazer a menor diferença
- Um balde de água fria: situação inesperada que transforma entusiasmo em desilusão
- Virar a casaca: mudar de ideia facilmente
- Virar o bico ao prego: dar o dito pelo não dito, para inverter uma situação
- Voltar à vaca fria: retornar a um assunto inicial da discussão depois de uma divagação.