Que 2015 seja um ano próspero, profícuo, feliz. Que sejamos capazes de transformar o menos bom em aprendizagens e o que nos faz felizes em expressão de alegria e paz. Não será a passagem de ano que transforma – os símbolos cumprem apenas a sua função. Somos sempre nós que lhes conferimos sentido. Por isso, seja qual fôr o sentido que cada um atribui, Feliz 2015!
Mês: Dezembro 2014
[Lendo] 171|Tamara Rouwendal
Tempos de ler
“Clive Cussler não tem rival no ramo dos thrillers que envolvem barcos afundados, desmantelamento de redes criminosas que funcionam acima e debaixo de água. Ninguém ignora que há hoje duas linhas da literatura do entretenimento que superam as demais: o romance histórico e o thriller.” (aqui)
“Cussler é um conhecido investigador da história marítima e naval, fundou a NUMA (National Underwater and Marine Agency), andam à procura de navios afundados, como é evidente todos os aficionados por esta temática que vai desde a exploração subaquática até ao mundo dos mares, embarcações e, de mistura, o mistério e o suspense não resistem aos muitos livros deste conhecido autor de best-sellers. “Iceberg”, de Clive Cussler, é um bom exemplo desta literatura boa para viciados em emoções (Saída de Emergência, 2012).”
Confirmo 🙂
The book of life
Dois dedos de conversa – poesia
“Nas artes e na literatura, há várias formas de marginalização. A mais frequente é a desatenção. A mais perversa é a mitificação. Felizmente, de vez em quando, também há sacudidelas a acordar os sonolentos arrumadores das almas canónicas. Nem sempre funcionam (o sono é profundo) mas, pelo menos, deixa de haver as desculpas que nunca houve. Foram publicados recentemente dois livros de dois incomparáveis poetas que acontece terem sido companheiros um do outro nos seus anos formativos, na segunda metade da década de 1950: Bonsoir, Madame, de Manuel de Castro, e A Morte Sem Mestre, de Herberto Helder. O Manuel de Castro deixou-se morrer aos trinta e seis anos. O Herberto Helder permite-se continuar a estar vivo aos oitenta e três anos. Não sei qual dos dois terá escolhido a via mais difícil.” de Helder Macedo, A morte é sem mestre, Jornal de Letras, edição de 1 a 14 de Outubro. (lido aqui)
# 279… bibliofilia
Fury
“as ideias são pacíficas mas a história é violenta”
malditos e consagrados
“Poetas malditos”, de Paul Verlaine (1884), homenageou Tristan Corbière, Arthur Rimbaud e Stéphane Mallarmé. Charles Baudelaire, Paul Verlaine, Arthur Rimbaud e Lautréamont são considerados exemplos típicos dos poetas malditos.
E designam-se assim pois o seu estilo de vida demarcou-se da socidade, pela rejeição das regras e recusa em pertencer a qualquer ideologia. Evoca-se a desobediência, à maneira de Antígona.
“A designação «maldito», aplicada a artistas, não corresponde a uma censura nem a uma condenação por parte dos críticos e historiadores. Pelo contrário, mostra que os reverenciamos, que temos na conta de luminosa a obra que nos deixaram. O artista maldito é quase uma personagem de tragédia, pelo muito sofrimento e desconcerto que vida e obra revelam, e pelo valor que nós atribuímos a esses factos. Foi o movimento romântico a criar o conceito. (…) Na segunda metade do século XIX, o qualificativo «maldito» ganhou raízes mais fundas quando Verlaine o usou na sua obra Les poètes maudits, para classificar poetas como Mallarmé, Rimbaud e outros. A partir daí o descritivo passa aos movimentos da modernidade, e em Portugal encontramo-lo associado sobretudo aos surrealistas. Luiz Pacheco, por exemplo, aplica-o a si mesmo, em Textos malditos.
Então o que caracteriza a expressão «maldito»? A maldição diz-se daqueles a quem grandes desgraças acontecem, como se os deuses os tivessem abandonado ou estivessem castigando. Em parte assim é, ninguém busca deliberadamente para si a infelicidade. Porém, encontramos muitas vezes uma opção de vida tão fora do comum que leva a que se considere maldito o autor. Essa opção é em geral a mesma por parte de todos os artistas, diz respeito à rejeição do modo de vida habitual dos cidadãos. O artista foge à vulgaridade, sobretudo quando a vulgaridade decorre de sistemas de ideias opressivos, limitadores da liberdade. Então entram num ciclo de ruptura com as instituições, a começar pela família, que os refreia. Nenhuma família normal quer para os filhos o destino de poeta, sabendo que isso pode trazer fama, mas com mais certeza trará pobreza e infelicidade. A sociedade levanta obstáculos ao artista, por isso os artistas rejeitam a sociedade, a família, a moral e o sistema político. Rejeitam tudo, incluída a arte que esse sistema apadrinha ou promove, pois, para ser aceite pelos poderosos, tem de calar a boca.
A arte conforme os modelos em vigor é em geral a oriunda das instituições – academias e universidades. Daí que a grande confrontação se estabeleça normalmente entre académicos e não-académicos. Os malditos estão do lado dos contestatários. Um dos mais famosos libelos contra os académicos, em Portugal, foi o Manifesto anti-Dantas. O autor, Almada Negreiros, declamou o poema subindo para cima de uma mesa do café «A Brasileira», no Chiado – foi um escândalo. Júlio Dantas, um escritor tão bem comportado que era presidente da Academia das Ciências de Lisboa, tornou-se o símbolo do academismo, apesar de ter obras deliciosas, que eu não consideraria académicas, caso de O amor em Portugal no século XVIII. Toda a gente conhece a declaração de guerra «Morra o Dantas, morra, pim!», que representa aquilo que todos os artistas da modernidade condenam: o academismo, com a sua sujeição às regras.
(…) Os malditos têm sempre um drama recuado, vivido na infância, ou que acompanha os seus movimentos diários. (…) A morte precoce, por suicídio ou outra razão violenta, costuma ensombrar a biografia destes autores, dando peso à maldição.”
Tempos de procrastinação: free books
O Ministério da Educação, em parceria com a Unesco e a Fundação Joaquim Nabuco, disponibiliza para download a Coleção Educadores, uma série com 62 livros sobre personalidades da educação. A coleção traz ensaios biográficos sobre 30 pensadores brasileiros, 30 estrangeiros, e dois manifestos: “Pioneiros da Educação Nova”, de 1932, e “Educadores”, de 1959. A escolha dos nomes para compor a coleção foi feita por representantes de instituições educacionais, universidades e Unesco.
Clique no link para aceder: 62 obras sobre os principais pensadores da educação para download
O Centro de Referência Paulo Freire, dedicado a preservar e divulgar a memória e o legado do educador, disponibiliza vídeos das aulas, conferências, palestras e entrevistas que ele deu em vida. A proposta tem como objetivo aumentar o acesso de pessoas interessadas na vida, obra e legado de Paulo Freire. Para os interessados em aprofundar os ensinamentos freirianos, o Centro de Referência também disponibiliza artigos e livros que podem ser descarregados gratuitamente.
A OpenCulture tem uma seleção mais ligada à área da filosofia e do cinema. Apesar de todos os livros estarem em inglês, esta página destaca-se pela raridade dos mais de 700 títulos que oferece. Ideal para os mais aficionados no mundo literário.
O projetoadamastor.org é o único projeto exclusivamente português. Mário de Sá Carneiro, Eça de Queirós, Bernardo Guimarães, Florbela Espanca, Fernando Pessoa ou Machado de Assis, são alguns dos autores que é possível encontrar.
Tempos de ler
[Lendo] 170|Charlotte Harding
“Guia sobre o processo de decisão relativo a tratamentos médicos em situações de fim de vida”, Conselho da Europa
# 278… bibliofilia
Feliz Natal
A todos, endereço votos de saúde, paz, prosperidade e amor! “Natal não é uma época nem uma estação, mas um estado da mente. Apreciar a paz e benevolência, ser abundante em clemência, é ter o real espírito de Natal.” Assim o afirmou Calvin Coolidge e concordo com ele. Juntemos a ideia de um «tempo de Natal» como sendo «este tempo». Época de valorizar o prazer das coisas simples, das coisas boas e doces da Vida. Festas Felizes!
The Hobbit: The Battle of the five armies
O terceiro filme, ao mesmo tempo o sexto. Figuras novas em relação ao livro, desenvolvimentos de outras personagens (novas em relação ao livro, mas de continuidade dos dois filmes anteriores).
Smaug ataca com fúria a Cidade do Lago, que fica próxima ao local e Bard derrota-o. Não demora muito para que a queda de Smaug se espalhe, atraindo os interessados nas riquezas de Erebor. Entretanto, Thorin está disposto a tudo para impedir a entrada de elfos, anões e orcs, ainda mais por estar obcecado pela riqueza à sua volta.
Notável o desempenho de Bilbo Baggins, algumas cenas inacreditáveis (combate de magia e Legolas em voo, por exemplo) e a figura do primo de Thorin.
Thranduil recomenda ao filho que procure um dos Dunedain, Aragorn. E as cenas finais ligam com a triologia do Senhor dos Anéis.