Footnote

“Para definir a nossa profissão, a natureza da nossa arte, a essência desta totalidade, que toma cada segundo das nossas vidas profissionais e, para falar a verdade, das nossas vidas pessoais também, das nossas aspirações, ligações sociais, nossos sonhos,   somos professores. Damos conhecimento aos outros. Aprendemos com a geração precedente e repassamos á próxima. Essa é a nossa função.”

Relações difíceis… numa história absorvente, de competição em meio académico e científico. Eliezer (Shlomo Bar Aba) e Uriel Shkolnik (Lior Ashkenazi) são ambos estudiosos do Talmude, mas enquanto Uriel (o filho) é  reconhecido, recebe prémios e é convidado para fazer importantes conferências, Eliezer (o pai) nunca teve o seu trabalho valorizado. Mais do que as relações conturbadas entre pai e filho (mas também) o filme trata as mesquinharias no ambiente profissional, em que “para ter mais”, “ser mais” ou “poder mais”, algumas pessoas são capazes de tudo. A trama apresenta as intrigas, os embates e manobras dos que têm mais e dos que têm menos poder. Mesmo quando há enganos em telefonemas ou por isso mesmo… Talvez o que mais (me) choca, seja a diferença de grandezas entre os intervenientes… Pungente.

tratando de temas universais como inveja, ambição e ressentimento, a produção de Joseph Cedar foi merecidamente indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2012.

História da Escola Técnica de Enfermeiras 1940-1968

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“… conhecer e dar a conhecer a Escola Técnica de Enfermeiras, enquanto instituição educativa, através da reconstituição da sua materialidade histórica, da sua evolução e do seu enquadramento na política do Estado Novo (1940-1968); da caracterização da sua cultura, do perfil das formandas, do currículo, da intervenção na saúde pública e, enfim, da construção da sua identidade histórica. Nesse sentido socorri-me de autores que têm trabalhado e teorizado sobre a História das Instituições Educativas e a História da Enfermagem.

A reconstituição e a recolha de informação foram realizadas no arquivo da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa; na biblioteca do Instituto Português de Oncologia; na Biblioteca Nacional, no Arquivo Histórico do Ministério da Educação, da Direção-Geral de Saúde, da Torre do Tombo, da Rádio e Televisão de Portugal SA e no Arquivo da Fundação Rockfeller em Nova Iorque; Procedi à caracterização das fontes e à análise da documentação, seu tratamento heurístico e hermenêutico. Desta perceção de conjunto inferi o sentido evolutivo que a redação da monografia reflete.
Como resultados da investigação realizada identifiquei na história da instituição educativa estudada três fases: criação (1935-1940); primeiros tempos, nos quais ela se consolidou (1941-1946) e maturidade (1947-1968). Nesta última fase existiram dois momentos. De afirmação (anos letivos de 1946/47 a 1953/54); de apogeu e abertura ao mundo (anos letivos de 1954/55 a 1967/68). Na fase de criação deste estabelecimento  escolar saliento a importância e influência da Fundação Rockefeller, do Instituto Português de Oncologia e da Direção-Geral de Saúde. Nos, segundo e terceiro períodos realço a relevância da Escola Técnica de Enfermeiras na formação de agentes de saúde pública e nodesenvolvimento da enfermagem no geral e da enfermagem de saúde pública em particular; nas políticas de ensino da Enfermagem com reflexos evidentes nas práticas pedagógicas e nos planos de estudos seguidos noutros estabelecimentos escolares de Enfermagem tanto em Portugal como no estrangeiro e nas políticas públicas promulgadas relativas ao ensino de Enfermagem, nomeadamente, em 1952 e 1965. No fim da terceira e última fase estudada (1958-1968) e como resultado da permanência da Escola sob a tutela do Ministério da Educação Nacional destaco a sua “incapacidade” para inovar e criar pós-graduações em enfermagem, estudos que tanto ambicionava. Ficava dessa forma impossibilitada de cumprir o seu ideário e de completar o projeto a que se tinha proposto.

……. link para a tese de PhD em Educação, Especialidade História da Educação, de Oscar Ferreira, sob orientação de Justino Magalhães e co-orientação de Áurea Adão.

a quem interesse: energyProf

energyProf – para organizar a vida de um professor

 

“energyProf é uma ferramenta extremamente bem pensada para auxiliar os professores a gerir a sua actividade a partir do iPad. Tudo o que foi desenhado e projectado tem como intuito facilitar e disponiblizar ao docente a ferramenta ideal para o servir.  (…) Com esta app o docente pode organizar facilmente toda a informação relativa às suas turmas, disciplinas e alunos de forma rápida e eficiente. Com ela o professor pode registar os sumários das suas actividades lectivas, assiduidade e avaliações dos seus alunos. Pode facilmente produzir e exportar relatórios em formato PDF de elevada qualidade”

“taking complexity seriously”

Recent guidelines for evaluations of complex interventions (Craig et al., 2008) represent a step forward by acknowledging the importance of theory and assessment of process in intervention planning and evaluation, and reaffirming the importance of evidence in devising interventions.  The message for methodologists is that planners of evaluation should not pre-judge the best method for every situation but need to design evaluations that respond to the complexity of the intervention and the purpose of the evaluation.

Program planning and implementation critically depend on underlying program theories.  A program theory provides a “roadmap” that describes the complex pathways by which intervention activities might impact outcomes in the short and long run. Program theories are often vague and incomplete at the initial stages of program implementation.   The complexity of the intervention might often go hand in hand with incomplete theories.

There is increased recognition (Craig et al., 2008) that theory development and evaluation design for complex interventions do not follow a linear, sequential approach; on the contrary, the relationship between theory and methods is more likely to be non-linear and iterative.  Given the incompleteness of intervention theories, most research on the evaluation of complex interventions does not address if and how methods can help with theory development, especially in the absence of well developed existing program theories.   The questions we address in this paper are: How do recent developments in evaluation design and methods help with the design of complex interventions?  Can methods help with theory development for complex interventions?

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MRC document also in:
Craig P. et al. BMJ 2008, 337:a1655

[10] Lugares do Mundo, Washington, Korean War Veterans Memorial

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A Guerra da Coreia iniciou-se a 25 de junho de 1950 (até 27 de julho de 53). Em Washington, o Memorial tem um design de triangulo, que faz interseção com um círculo.

No triangulo estão 19 estátuas em aço, de Frank Gayold, e representam uma patrulha com 14 estátuas representando o exército, três a marinha,  um a força aérea e um a academia naval. Estão vestidos com roupa de combate. Um mural de granito tem as fotos de vários soldados, equipamentos e pessoas envolvidas na guerra.

Na piscina rasa, “Remeberance Pool”, estão as inscrições com o número de mortos, feridos, capturados e desaparecidos durante a guerra da Coreia.

O que impressiona? o realismo do cenário, os detalhes das roupas e dos rostos dos soldados, a expressão «Freedom is not free»….

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Pessoa, a gramática e Sigismundo

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“Meditei hoje, num interIMGP4967valo de sentir, na forma de prosa de que uso. Em verdade, como escrevo? Tive, como muitos têm tido, a vontade pervertida de querer ter um sistema e uma norma. E certo que escrevi antes da norma e do sistema; nisso, porém, não sou diferente dos outros.

Analisando-me à tarde, descubro que o meu sistema de estilo assenta em dois princípios, e imediatamente, e à boa maneira dos bons clássicos, erijo esses dois princípios em fundamentos gerais de todo estilo: dizer o que se sente exactamente como se sente – claramente, se é claro; obscuramente, se é obscuro; confusamente, se é confuso -; compreender que a gramática é um instrumento, e não uma lei.
(…)
A gramática, definindo o uso, faz divisões legítimas e falsas. Divide, por exemplo, os verbos em transitivos e intransitivos; porém, o homem de saber dizer tem muitas vezes que converter um verbo transitivo em intransitivo para fotografar o que sente, e não para, como o comum dos animais homens, o ver às escuras. Se quiser dizer que existo, direi “Sou”. Se quiser dizer que  existo como alma separada, direi “Sou eu”. Mas se quiser dizer que existo como entidade que a si mesma se dirige e forma, que exerce junto de si mesma a função divina de se criar, como hei-de empregar o verbo “ser” senão convertendo-o subitamente em transitivo? E então, triunfalmente, antigramaticalmente supremo, direi “Sou-me”. Terei dito uma filosofia em duas palavras pequenas. Que preferível não é isto a não dizer nada em quarenta frases? Que mais se pode exigir da filosofia e da dicção?
Obedeça à gramática quem não sabe pensar o que sente. Sirva-se dela quem sabe mandar nas suas expressões. Conta-se de Sigismundo, Rei de Roma, que tendo, num discurso público, cometido um erro de gramática, respondeu a quem dele lhe falou, “Sou Rei de Roma, e acima da gramática”. E a história narra que ficou sendo conhecido nela como Sigismundo “super-grammaticam”. Maravilhoso símbolo! Cada homem que sabe dizer o que diz é, em seu modo, Rei de Roma. O título não é mau, e a alma é ser-se.”
 Fernando Pessoa. Livro do Desassossego. pp. 63-64.

 

 

SWTO – FCT 2013: Circulação do conhecimento

Screenshot_2  Depois da Parte IV, a Parte V, Circulação do conhecimento,

“Neste contexto, mas, tendo em consideração a composição do sistema de investigação e inovação nacional, mapeámos e organizámos em 5 grandes grupos as organizações que atuam no espaço de intermediação do conhecimento e facilitação da circulação do conhecimento em Portugal:
1. oficinas, gabinetes ou unidades de transferência de conhecimento;
2. instituições de interface com I&D incorporado;
3.centros tecnológicos;
4.clusters e pólos de competitividade e tecnologia;
5.parques tecnológicos”
A figura seguinte ilustra  posicionamento relativo de cada um destes grupos de atores em relação às funções de produção e exploração de conhecimento científico e tecnológico, com base na análise das funções das entidades identificadas, no referido espaço de circulação do conhecimento
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No que se refere às oficinas, gabinetes ou unidades de transferência do conhecimento identificados, 5 no Norte, 4 no Centro, 3 em Lisboa, 3 alentejo, 1 algarve e 1 na Madeira.
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[ecos fárpicos] 8 – Manifesto Anti-Dantas, Almada Negreiros

“O Dantas é o escárnio da consciência!

Se o Dantas é português eu quero ser espanhol!

O Dantas é a vergonha da intelectualidade portuguesa!

O Dantas é a meta da decadência mental!

E ainda há quem não core quando diz admirar o Dantas!

E ainda há quem lhe estenda a mão!

E quem lhe lave a roupa!

E quem tenha dó do Dantas!

E ainda há quem duvide que o Dantas não vale nada, e que não sabe nada, e que nem é inteligente, nem decente, nem zero!”

excerto do Manifesto anti-dantas, Almada Negreiros

Da SWOT da FCT 2013

Screenshot_2Do extenso relatório, produzido pela FCT,  andei a ver atentamente a Produção do conhecimento (Parte IV).

“Pelo número de publicações relativas ao período 2005-2010, salientam-se nas Ciências Médicas e da Saúde (Figura IV.11) os seguintes domínios: Farmacologia e Farmácia, Neurociências, Oncologia, Neurologia, Medicina Interna e Geral e Imunologia.
São vários os domínios das Ciências Médicas e da Saúde que se encontram entre os 100 domínios com maior número de publicações portuguesas de 2000 a 2010. Destes, os domínios que tiveram uma maior t.m.c.a. 2005-2010 foram os seguintes:
i. Sistema Respiratório (78%);
ii. Psicologia – Multidisciplinar (46%) (não incluído na Figura IV.11);
iii. Medicina – Geral & Interna (41%);
iv. Reumatologia (40%);
v. Ciências do Desporto (38%).
Os domínios que apresentaram t.m.c.a. 2005-2010 negativas foram a Patologia e a Medicina Nuclear e a Radiologia (não incluído na Figura IV.11), ambos com -1%”
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Enfermagem não consta.

Continuando,

“Para complementar a análise, restringindo-a ao contexto dos países selecionados para benchmarking, calculou-se, por país, o rácio entre ‘o número de publicações de cada domínio científico’ e ‘o total dos investigadores de cada país (ETI)’. Deste modo, foram elaborados vinte e sete rankings por domínio científico, onde se posicionaram os onze países considerados por ordem decrescente de produtividade. A Tabela IV.3 resume esses rankings, indicando a posição atribuída a Portugal (entre os onze possíveis) em cada um dos 27 rankings constituídos”

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Nesta tabela, “Nursing” encontra-se no grupo da 8ª posição.  Isto há-de querer dizer alguma coisa….