Paul Klee

Paul Klee, nascido a 18 de dezembro de 1879, morreu a 29 de junho de 1940. Pintor, desenhista, poeta. Interessado por música, proficiente em violino, influenciado por movimentos artísticos como expressionismo, cubismo e surrealismo e também o abstracionismo e futurismo.

“Foi influenciado pelas vanguardas artísticas do seu tempo, pelas tradições indígenas, pelo primitivismo, pela arte infantil, pela ciência, política, filosofia, tecnologia, misticismo, música e poesia, reunindo essas influências numa obra original e altamente pessoal que tem desafiado classificações.” (aqui)

Recusado na Academia de Belas Artes, em Munique. Teve aulas de pintura preparatórias para a admissão, depois entrou mas não apreciava o método de ensino e abandonou o curso em 1901.

Durante a Primeira Guerra Mundial criou várias litografias com temas de guerra como Morte da Ideia (1915). Em 1917, as obras de Klee começaram a vender bem e os críticos de arte começaram a aclamá-lo como o melhor entre os novos artistas alemães. Em 1920, Klee tentou uma vaga de instrutor na Academia de Arte de Düsseldorf, sem sucesso. Deu lá aulas entre 1931 e 1933 mas depois foi despedido – veja-se o auto-retrato Riscado da Lista (1933).

Klee deixou um legado composto de aproximadamente 10 000 obras de arte. Cerca de 6 mil peças e documentos foram adquiridos dois dias antes da sua morte pelos colecionadores Hans Meyer-Benteli e Hermann Rupf com a finalidade expressa de evitar a dispersão do seu legado. Com essa coleção, fundaram em 1946 a Sociedade Klee em Berna. Um ano depois Lily Klee criou a Fundação Paul Klee, dotando-a com cerca de 1.700 obras e documentos, sendo enriquecida com outros 1.500 itens em 1950. Este conjunto foi depositado no Museu de Arte de Berna. Em 2005 a Fundação Paul Klee deu lugar ao Centro Paul Klee. Hoje o Centro possui mais de 4000 obras, reunindo o acervo da Fundação Paul Klee que esteve exposto no Museu de Arte de Berna, a coleção de Felix Klee e obras provenientes de outras coleções particulares.

(Paul Klee, Wallflower)

Ad Parnassus (1932)

Excertos de história – Manuel Leitão Branco

https://sphenf.com/manuel-leitao-branco/

«Na II Reunião Nacional, realizada a 20 de junho de 1954, em Coimbra, subordinada ao tema A Enfermeira, militante da Saúde, Leitão Branco, sem prejuízo do reforço do enquadramento político epocal, afirmou: “Uma das grandes preocupações do Governo da Nação tem sido o Problema da Assistência em Portugal e, a par da construção de grandes e pequenos hospitais, uns já concluídos, outros em vias de conclusão, há o desejo veemente, da parte das entidades responsáveis, de criar uma enfermagem capaz de corresponder, em número e qualidade, ao elevado fim a que se destina. O desenvolvimento do ensino, a criação de novas escolas, as exigências no recrutamento dos novos candidatos e, ainda, a profunda alteração introduzida na matéria dos cursos, são testemunhos flagrantes das minhas afirmações”.

O delegado de Coimbra, Alberto Mourão21, reforçou o entendimento sobre o papel do sindicato – “os Sindicatos têm desempenhado as mais diversas tarefas – desde a verdadeira união com fins educativos e sociais às catastróficas uniões operárias de princípios comunistas, que, sem orientação moral, se tornam elementos temíveis na política interna das nações. Se encararmos bem nestas duas ordens de sindicatos, vemos quão alto é o vaIor – positivo ou negativo – destas associações e o valor relativo da sua actuação no equilíbrio social do mundo. Uma nação é tanto mais progressiva quanto mais exemplar se mostra a sua actividade sindical.”

Em harmonia, Leitão Branco afirmou que “Na realidade, urge que o nosso Estado Corporativo, no prosseguimento da sua notavél missão, legisle de forma a serem satisfeitas as justíssimas reivindicações da classe, fundamentalmente no que diz respeito a horários de trabalho, ordenados mínimos, assistência na doença e invalidez e repressão do exercício ilegal da enfermagem (…) Assim, o problema, como ressalta das minhas palavras, só pode ser resolvido com uma colaboração perfeita entre o Estado e o Sindicato. Necessário, por isso, sería também que deixasse de existir por completo, da parte de certas entidades oficiais, relutância em tratar connosco de assuntos que, interessando à classe, interessam consequentemente à própria Nação.”

Propôs a criação de uma Comissão Nacional de Enfermagem, na esteira de uma proposta anterior da Enfermeira Repenicado Dias, e a “fixação de uma data que fosse considerada por excelência «O DIA DA ENFERMAGEM PORTUGUESA». Assim, proponho que seja fixado para esse efeito o dia 8 de Março de cada ano, data em que se comemora a morte de São João de Deus, patrono da Enfermagem” Esta proposta foi acolhida com aprovação e aclamação, passando desde 1954, a assinalar-se o 8 de março como dia da Enfermagem Portuguesa.

A revista noticiou a Romagem às relíquias de S. João de Deus, em Granada25, incluindo esta viagem monitores de Escolas e alunos, neste caso como o prémio de maior classificação do final do curso, patrocinados pelo Subsecretário de Estado da Assistência Social. »

Aves | Melro azul

Identificação
É um passeriforme de tamanho médio, um pouco mais pequeno que o melro-preto.
O macho é facilmente identificável pela sua cor azul, que é particularmente intensa
durante a época de reprodução e um pouco mais mortiça no Inverno. As asas são
mais escuras e são frequentemente mantidas em posição “descaída”. A fêmea é
acinzentada e os juvenis apresentam frequentemente manchas no peito. Pode ser
confundido com o melro-das-rochas, mas este último tem a cauda e o peito cor-de-
fogo.

Abundância e calendário
O melro-azul é residente em Portugal e pode ser observado no nosso país durante
todo o ano. É geralmente uma ave solitária. Distribui-se de norte a sul do país mas
a sua distribuição é bastante fragmentada e a espécie não pode ser considerada
comum em nenhuma zona do território. No entanto, apresenta um grande
sedentarismo e permanece durante todo o ano junto aos seus locais de
reprodução, o que faz com que seja fácil de observar em certos locais


Onde observar

Excertos de história – fontes para ler sobre Isaura Borges Coelho

Quem foi quem – Isaura Assunção da Silva Borges Coelho

Feminismos em Portugal (1947 – 2007) . Tese PhD Maria Manuela Tavares. Doutoramento em Estudos sobre as Mulheres. Especialidade em História das Mulheres e do Género, p. 95-97

“1.3 – Uma luta de mulheres: a das enfermeiras

O decreto-lei 32:612 de 31 de Dezembro de 1942 coloca o ensino e o exercício da enfermagem sob um grande controlo do Estado Novo. Exigia-se que o acesso à enfermagem por parte de candidatos do sexo feminino só pudesse ser feito no caso de mulheres solteiras ou de viúvas sem filhos. Para os homens não estavam colocadas tais restrições, porque a eles não estavam destinadas as tarefas familiares que competiam
por natureza às mulheres, segundo o discurso ideológico do regime. Deste modo, era exigido às enfermeiras uma dedicação exclusiva, um espírito de missão que também
foi exigido às professoras do ensino básico.
Foi a partir do Hospital Júlio de Matos de onde algumas enfermeiras tinham sido expulsas por terem casado, que surgiu a luta das enfermeiras. Num jantar de solidariedade organizado pelas colegas, iniciou-se a recolha de assinaturas contra a
proibição do casamento das enfermeiras.

A enfermeira Isaura Borges Coelho foi presa em 1953, por estar envolvida nesta luta, que envolveu largos sectores da sociedade portuguesa, inclusive a Igreja e a Liga Portuguesa de Profilaxia Social (LPPS). Contudo, Salazar resistia à ideia de existirem
mulheres casadas na profissão de enfermeiras, pois seria sempre desejável afastá-las de preocupações e ambientes estranhos ao lar. Deste modo, a natureza absorvente da
profissão não se coadunaria com os deveres de esposa e mãe. Isaura Borges Coelho
foi julgada no Verão de 1954. Foi condenada a dois anos de prisão e teve como testemunhas de defesa Maria Lamas e Maria Isabel Aboim Inglez. Foi também presa
por estar envolvida nesta luta a enfermeira Hortênsia Campos Lima.

Na base desta luta cruzaram-se razões de cariz ideológico diferentes: a luta contra uma discriminação a que as enfermeiras eram sujeitas, que se baseava na ideologia do regime e num retrato tradicional de ―sacerdócio‖ das enfermeiras e as razões de carácter ―moral‖, que condenavam as relações fora do casamento. Na exposição enviada pela LPPS ao cardeal patriarca de Lisboa, afirma-se que tal proibição redunda em vergonhas e em misérias e na perda definitiva da saúde para as desgraçadas enfermeiras, que tendo obedecido aos impulsos da natureza, resvalaram do anticoncepcionalismo para o aborto criminoso‖. De facto, das relações das enfermeiras numa vida conjugal clandestina não podiam resultar filhos. Segundo Lúcília Escobar, no seu livro O Sexo das Profissões, o papel do Estado Novo para a construção de uma identidade socioprofissional da enfermagem teve como base um estereótipo feminino de que resultou uma segregação sexual do trabalho dentro
da própria profissão. (ESCOBAR, 2004:57-58).”

Hospitalidade

“A disposição para acolher, para ser hospitaleiro, representa, afinal de contas, a disposição para nos deixarmos ensinar. E uma identidade que se deixa ensinar, que aceita ser instruída pelo testemunho de outrem, é uma identidade que aprende a dialogar positivamente com a incerteza e o imprevisível, tornando-se desse modo numa identidade mais competente, mais sensível e mais criativa.”[1]


[1] Baptista, I. (2017). Ética do Rosto e profissionalidade docente. In: Ariane Franco Lopes Silva; Lísia Regina Ferreira; Romilda Teodora Ens, (Orgs.), Políticas de Expensão Universitárias: Reflexões sobre a vida acadêmica, 145-159, PUCPress ( p.158)

ler em português, 76 anos depois…

A publicação do livro de Simone de Beauvoir, Pour une morale de l’ambiguïté, pela Gallimard, data de 1947. A tradução portuguesa, das Edições 70, Para uma moral da Ambiguidade, data de abril de 2023. Portanto, ao público em português, a chegada da obra demorou 76 anos. Como é o adágio? mais vale tarde…

“Não há maneira mais odiosa de punir um homem do que obrigá-lo a atos aos quais se recusa a dar significado” p. 35

Simone de Beauvoir (1908-1986) veio a Portugal em 1945 e em 1975. Artigo: Sobre a primeira viagem de Simone de Beauvoir a Portugal: a guerra, a liberdade e o novo humanismo francês

Aves | Toutinegra-carrasqueira

Identificação
O macho é muito característico e fácil de identificar: peito e ventre cor-de-laranja,
cabeça azul-acinzentada e um característico bigode branco. O anel orbital é
vermelho. A fêmea apresenta tons mais pálidos, identificando-se pelo seu aspecto
“franzino” (por vezes apresenta também um ténue tom rosado no peito). O canto
desta espécie assemelha-se ao da felosa-poliglota, sem as imitações iniciais. O
chamamento consiste num “tac-tac” seco que faz lembrar o da toutinegra-de-
barrete-preto.

Abundância e calendário
Embora seja rara no litoral (o que contribui para gerar uma impressão de relativa
escassez), esta toutinegra é bastante comum no interior, particularmente no norte
e no centro do país. Em certas zonas de Trás-os-Montes é tão comum que chega a
ser a ave mais numerosa do género Sylvia. A toutinegra-carrasqueira é uma
espécie estival que chega bastante cedo ao território português, sendo habitual
observar esta espécie em meados de Março (e, por vezes, em finais de Fevereiro).
A passagem migratória outonal dá-se sobretudo em Setembro e Outubro.

como observar

Citação do dia

“Que conselho podes dar-me hoje?

Não aceites tudo o que ouves como uma verdade infalível. Acredita apenas no que te parecer lógico e tenta ao máximo manter abertura mental a respeito de tudo o que ainda não conheces ou não compreendes. Afasta-te das pessoas que estão sempre certas e nunca admitem que se enganaram… precisas de te rodear de pessoas que fomentem o diálogo e o debate, e desde que ocorra em amor e respeito mútuo… As pessoas que têm um gosto retorcido em ridicularizar e criticar os outros são verdadeiramente fúteis… foge delas o mais depressa que consigas!

Encontra paixão na vida, e depois segue-se com todo o teu coração… serve os outros livremente, porque os amas e queres que conheçam ima alegria de viver que nunca sentiram antes. Faz sacrificios por quem não puder ajudar-se a si mesmo, porque não há nada na vida que traga mais felicidade… “

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