É ridículo para um homem criticar o trabalho de um outro se não se distinguiu pessoalmente na mesma realização
Joseph Addison
No bird soars too high if he soars with his own wings.
William Blake
“an Italian phrase for “dangerous land”, used in cartography to denote regions that are believed to be likely to put the travellers in jeopardy. Such regions would probably not have been mapped or documented fully. The phrase is also used in a non-mysterious sense.” [fonte]
Diferentemente de terra incognita ou terra ignota,a terra está mapeada e documentada. E sabe-se que é perigosa para os viajantes, nada mais.
De forma metafórica , as terras das vidas de cada um podem bem ter ambas as qualificativas: a de terra ignota (que desapareceu dos mapas da terra no século XIX) e a de terra pericolosa, quando as escolhas colocam em perigo os decisores…
Boris Vian,in “canções e poemas”
Encontrei acidentalmente, entre pesquisas, um diálogo (que já tem uns anos) em que AS da Retorica, perguntou
Se aprender é um direito de todos, quem (e quando se) detém a legitimidade (moral) para ensinar?
Respondi, então:
aprender é um direito? diria que não. Ter as condições para aprender, para a educação, sim. Mas aprender parece-me mais do foro de cada um e assim como que um dever (apetecia-me mesmo era escrever “imperativo”) … de se melhorar, de se superar e de se desenvolver (estou a falar de adultos, claramente). Quem detem a legitimidade moral? Da forma como leio moral, responderia “aquele a quem é reconhecida”…
Na altura, AS considerou duas dimensões:
“1) O direito de aprender:
É precisamente por estarmos a falar de adultos que considero que aprender é um direito (de todos). Um direito cujas possibilidades de exercício permanecem sempre em aberto. Porque como já escrevi, a cada um e só a cada um compete decidir sobre o grau de investimento cultural a fazer na sua auto-formação, em função de necessidades e ambições pessoais que só a si cabe definir (*). Dir-se-á, por isso, que a responsabilidade pelos êxitos ou fracassos é a justa contrapartida dessa sua liberdade. E é também por ser do foro de cada um que o aprender se constitui como direito e não como dever. Porque este vai sempre para além do próprio sujeito, isto é, o dever implica, necessariamente, o outro. É no agir consciente e respeitador da dignidade desse outro que toda a eticidade se manifesta. Fernando A. Cascais defende que “ao tu deves ético antecede sempre um tu és antropológico” (**). E de facto, antes de tudo o mais, o sujeito é, ou melhor, vai sendo o que, em grande medida, aprende. O direito de aprender surge assim como um direito natural. Sem a liberdade de escolha que lhe corresponde até a noção de dever perderia sentido. Por outro lado, o direito de aprender não só está antes como independe das “condições para aprender”. Basta lembrar que ninguém perde um direito só porque em dada altura não existem condições para o concretizar. É assim, por exemplo, com a saúde, com a imagem pessoal e com a posse. E é também assim com o aprender.
2) A legitimidade para ensinar:
Quanto à questão da legitimidade moral para ensinar, mais do que encontrar uma resposta fechada, o que parece verdadeiramente importante é conservar a pergunta. Porque esta é uma daquelas questões que valem por si mesmas, que rastreiam o perigo de se cair na falsa aparência ou, ainda pior, numa ideia fixa. A legitimidade moral para ensinar deve, por isso, constituir uma permanente interrogação do professor a si próprio. Evidentemente que não estou aqui a pensar no trivial reconhecimento da instituição académica que responde pela sua qualificação para o ensino ou até no prévio assentimento do aluno. Qualquer desses “reconhecimentos” ou “autorizações” precedem o acto de ensinar/aprender, para além de, quase sempre, corresponderem a um juízo em abstracto, mais fundado nas expectativas e nas necessidades dos destinatários do que na consideração do concreto desempenho de quem se propõe ensinar. São, além disso, uma decisão situada, que momentaneamente se diz mas que carece de ser auto-reavaliada pela vida fora. Estou a pensar, isso sim, no “processo” de ensino/aprendizagem, na relação professor/aluno, no continuum pedagógico vivo e, por vezes, conflituante, que faz e refaz as mútuas ligações de entendimento mas também de agrado, de afecto, de respeito e até de autoridade, entre quem aprende e quem ensina. Será aí que o professor ganha ou perde a legitimidade moral para ensinar? Acredito que sim. A legitimidade para ensinar vem sempre da autoridade reconhecida, nunca da autoridade imposta, ainda que por via legal. Porque se a legalidade pressupõe a legitimidade, não a esgota nem com ela se confunde. Nenhuma lei se pode sobrepor à razão nem à natureza de onde emana. A legitimidade para ensinar há-de, por isso, buscar-se originariamente na pessoa do aluno e não na lei pois, como diz Lucília Nunes, só a detém “aquele a quem é reconhecida”. E diz muito bem.
(*) Cf. Américo de Sousa, (2001), A Persuasão, Covilhã: Editora da Universidade da Beira Interior, p. 123
(**) Fernando A. Cascais, “Salvar que natureza e que homem?” in Jonas, H., (1994), Ética, Medicina e Técnica, Lisboa: Vega, p. 9″
———————————————-
Reli o texto, que encontrei acidentalmente. E fico a pensar que em certas matérias, nestes últimos seis ou sete anos, as interrogações não mudaram muito…. Acrescentaria hoje, considerando o direito [ou a liberdade] de aprender e a legitimidade para ensinar, a seriedade e o processo de avaliar os [sim ou não] aprendidos.
Há um ano, a ONU no relatório sobre promoção e proteção do direito à liberdade de opinião e expressão, declarou que desconectar as pessoas da Internet é um crime e uma violação dos direitos humanos.
Impedir o acesso à informação pela web infringe, segundo a ONU, o Artigo 19, parágrafo 3, do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, de 1966. De acordo com o Artigo, todo o cidadão possui direito à liberdade de expressão e de acesso à informação por qualquer tipo de veículo.
O parágrafo 3 até considera a hipótese de aqueles que tiverem transgredido algum tipo de lei, envolvendo meios de comunicação, possam sofrer restrições específicas. No entanto, não totais e apenas se as transgressões colocarem em risco os direitos e reputações de outras pessoas ou a segurança nacional. A produção do relatório, feita pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU e o site Mashable, foi motivada por leis aprovadas na França e na Inglaterra que excluem da Internet pessoas consideradas como infratoras de direitos autorais.
United Nations report: Internet access is a human right
“Given that the Internet has become an indispensable tool for realizing a range of human rights, combating inequality, and accelerating development and human progress, ensuring universal access to the Internet should be a priority for all states,” said the report from Frank La Rue, a special rapporteur to the United Nations, who wrote the document “on the promotion and protection of the right to freedom of opinion and expression.”
La Rue said in his report that access to the Internet is particularly important during times of political unrest, as demonstrated by the recent “Arab Spring” uprisings in Tunisia and Egypt, among other countries.
From the report:
The Special Rapporteur believes that the Internet is one of the most powerful instruments of the 21st century for increasing transparency in the conduct of the powerful, access to information, and for facilitating active citizen participation in building democratic societies.
Indeed, the recent wave of demonstrations in countries across the Middle East and North African region has shown the key role that the Internet can play in mobilizing the population to call for justice, equality, accountability and better respect for human rights.
Já várias vozes se levantaram contra esta ideia – no que me diz respeito, penso que a interpretação foi excessiva…. Internet had “become an indispensable tool for realizing a range of human rights” é diferente de a considerar um direito.
O direito será a liberdade de expressão e de acesso… e que a Internet facilita o acesso e promove a igualdade, parece-me evidente… bem como o facto de haver países que colocam barreiras ao acesso e bloqueiam palavras-chave nos motores de busca…
WHY DID THE CHICKEN CROSS THE ROAD? Plato: For the greater good. Karl Marx: It was a historical inevitability. Jacques Derrida: Any number of contending discourses may be discovered within the act of the chicken crossing the road, and each interpretation is equally valid as the authorial intent can never be discerned, because structuralism is DEAD, DAMMIT, DEAD! Thomas de Torquemada: Give me ten minutes with the chicken and I'll find out. Nietzsche: Because if you gaze too long across the Road, the Road gazes also across you. Oliver North: National Security was at stake. B.F. Skinner: Because the external influences which had pervaded its sensorium from birth had caused it to develop in such a fashion that it would tend to cross roads, even while believing these actions to be of its own free will. Carl Jung: The confluence of events in the cultural gestalt necessitated that individual chickens cross roads at this historical juncture, and therefore synchronicitously brought such occurrences into being. Jean-Paul Sartre: In order to act in good faith and be true to itself, the chicken found it necessary to cross the road. Ludwig Wittgenstein: The possibility of "crossing" was encoded into the objects "chicken" and "road", and circumstances came into being which caused the actualization of this potential occurrence. Albert Einstein: Whether the chicken crossed the road or the road crossed the chicken depends upon your frame of reference. Aristotle: To actualize its potential. Samuel Beckett: It got tired of waiting. Winston Churchill: It was moving into broad sunlit uplands... Salvador Dali: The Fish. Darwin: It was the logical next step after coming down from the trees. Conan Doyle: It is quite a three-pipe problem, Watson. Epicurus: For fun. Johann Wolfgang von Goethe: The eternal hen-principle made it do it. Ernest Hemingway: To die. In the rain. David Hume: Out of custom and habit. The Sphinx: You tell me. Mark Twain: The news of its crossing has been greatly exaggerated. Molly Yard: It was a hen! Zeno of Elea: To prove it could never reach the other side. Beatles: It was a long and winding road... Umberto Eco: It was a part of the Plan. ??? He was solving the cross-road puzzle. Orwell: All roads are crossable by all chicken, but some roads are more crossable than others. Dostoyevsky: After having killed an old hen, the chicken was wandering deliriously along the empty night streets of St. Petersburg and waiting for the darkness that never came; he crossed Nevsky and after a while found himself in an unfamiliar part of the city. ??? To prove that he was no chicken. ??? Because for every road you cross, there are ten more roads yet uncrossed. Hamlet: For 'tis better to suffer in the mind the slings and arrows of outrageous road maintenance than to take arms against a sea of oncoming vehicles... J. R. R. Tolkein: The chicken, sunlight coruscating off its radiant yellow- white coat of feathers, approached the dark, sullen asphalt road and scrutinized it intently with its obsidian-black eyes. Every detail of the thoroughfare leapt into blinding focus: the rough texture of the surface, over which count- less tires had worked their relentless tread through the ages; the innumerable fragments of stone embedded within the lugubrious mass, perhaps quarried from the great pits where the Sons of Man labored not far from here; the dull black asphalt itself, exuding those waves of heat which distort the sight and bring weakness to the body; the other attributes of the great highway too numerous to give name. And then it crossed it. Darth Vader: (Whshhhhhhhhsh) Because it could not resist the power of the Dark Side. Bob Dylan: How many roads must one chicken cross? James Tiberius Kirk: To boldly go where no chicken has gone before. Groucho Marx: Chicken? What's all this talk about chicken? Why, I had an uncle who thought he was a chicken. My aunt almost divorced him, but we needed the eggs. John Milton: To justify the ways of Chicken to men. Sir Isaac Newton: Chickens at rest tend to stay at rest. Chickens in motion tend to cross the road. Margaret Thatcher: There was no alternative. Edgar Allan Poe Never More.
The best way out is always through.
Robert Frost