Citação

“Amo a História. Se não a amasse não seria historiador. Fazer a
vida em duas: consagrar uma à profissão, cumprida sem amor;
reservar a outra à satisfação das necessidades profundas – algo de
abominável quando a profissão que se escolheu é uma profissão
de inteligência.”
Lucien Febvre aqui

sítios de ler | biblioteca de Bragança

“A Biblioteca Adriano Moreira constituída pelo acervo bibliográfico, condecorações, diplomas, atribuições honoríficas, trajes académicos e demais objetos pessoais do Professor Adriano Moreira foi inaugurada em 2009 e constitui, hoje, um espaço privilegiado para a investigação e estudo em Bragança.

Instaladas num edifício com mais de 450 anos de história, de grande valor e interesse patrimonial, arquitectónico e artístico, cuja utilização se destinou ao ensino e aprendizagem. A construção inicial, data de meados do século XVI, objetivou-se para aí se instalar um Mosteiro de Freiras de Santa Clara; objetivo que não foi alcançado e em 1562 foi cedido para aí nascer um Colégio Jesuíta. Esteve ligado à Companhia de Jesus até à sua expulsão de Portugal, em 1759. Aquando da transferência da sede de Bispado de Miranda para Bragança, em 1764, o edifício acolheu o Seminário Diocesano até este se transferir para as instalações da avenida Cidade de Zamora, onde ainda hoje se mantém. Nos anos 60, da centúria de oitocentos albergou o Liceu Nacional de Bragança até 1969, data em que foi ocupado pela Escola Preparatória Augusto Moreno. Depois da saída desta última instituição escolar, o edifício encontrou-se devoluto por alguns anos, tendo sido adquirido pela autarquia de Bragança ao estado e em 10 de junho de 2004, depois de grandes obras de requalificação e adaptação, foi inaugurado como Centro Cultural Municipal. Em 5 de outubro de 2010 foi atribuído o nome do Professor Adriano Moreira ao Centro Cultural Municipal.” (site)

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“Quando o filósofo grego Diógenes foi confrontado com a ideia de não existir movimento, respondeu «solvitur ambulando» (“Isso resolve-se caminhando”). Sócrates caminhava à volta de Atenas, conversando com as pessoas. Charles Darwin saía duas vezes por dia para dar uma caminhada e tinha o seu «thinking path» (“caminho para pensar”). Soren Kierkgaard, tal como Sócrates, era um filósofo de rua. Deambulava por Copenhaga – «Caminhei em direção aos meus melhores pensamentos» – fazia perguntas, punha o braço por cima dos ombros das pessoas e caminhava com elas durante um bocado, obtinha uma resposta, deixava-as seguir e continuava sozinho.”

Erling Kagge, A arte de caminhar, p. 107

Conceito(s) de prática

“Describing the ubiquity of the use of the word ‘practice’ and the vagueness of its
meaning in many discussions, Bill Green (2009, p. 2) noted:
[Practice] is a term that circulates incessantly, and seems constantly and sometimes even compulsively in use, without always meaning much at all. Rather, it seems to float across the surface of our conversations and our debates, never really thematised and indeed basically unproblematised, a “stop-word” par excellence. So it is important to be clear at the outset that practice is not simply the Other of terms and concepts such as ‘theory’ or ‘policy’, as conventional usage would have it, though it might be linked in interesting ways to them…

The reason the term ‘practice’ is used in many different ways in everyday language
and specialised discourses reflects the fact that practice has been the subject of
social enquiry for millennia. There is immense diversity among traditions and approaches to understanding and changing social practice. Kemmis (2005, 2010b) listed a number of features of practice derived from a reading of a variety of theories of practice:

  • Practices have meaning and purpose for participants and others involved in or
    affected.
  • Practices are structured by the lived experience of participants.
  • Practices are situated. They are located in what particular people do in particular
    circumstances as they make and remake their lives and their work.
  • Practices are temporally located. They unfold in individual acts and collective
    action shaped by the biographies, personal and professional of the participants.
  • Practices are frequently systemic. They are often maintained and developed
    through professional roles and functions that are usually institutionally protected
    (and contained).
  • Practice is always reflexive. It shapes the consciousness and identities of participants, and it also changes the social situation in which it occurs.
  • Practice involves practical reasoning. In the course of their practice, participants
    deliberate about what to do in uncertain situations, always guided by moral intent and prudence.
  • Kemmis et al. (2014), give this definition of practice:
    A practice is a socially established cooperative human activity in which characteristic
    arrangements of actions and activities (doings) are comprehensible in terms of arrangements of relevant ideas in characteristic discourses (sayings), and when the people and objects involved are distributed in characteristic arrangements of relationships (relatings), and when this complex of sayings, doings and relatings ‘hangs together’ in a distinctive human social project.

    We think this definition of practice is broad enough to embrace not only a practice
    like medicine or education, that is, practices at a very high level of generality, but
    also more specific practices like teaching or professional learning or leading, as
    well as even more specific practices like teaching the Periodic Table in Chemistry
    at Genius High School or making boiled eggs in winter at my house. The definition
    also embraces critical participatory action research as a practice.
    This definition of practice nevertheless excludes some things that are not in themselves practices because they do not hang together with one another in a coordinated project.”

New View of Practice. The Action Research Planner. Doing Critical Participatory Action Research.

Imagens ou visões de Si

Não creio que estas imagens evoquem o estádio do espelho de Lacan [1] nem tão pouco a fenomenologia de Merleau-Ponty [2]. Também não me parece um delírio. Vejo como horizonte, como desiderato, aspiração a ser. A imagem de Si que se pretende vir-a-ser, e que representa também metamorfose.

[1] Jacques Lacan desenvolveu o conceito de «estádio do espelho» no qual a criança toma consciência de que possui uma imagem. É uma noção muito importante na construção do ser, porque a criança descobre que não é apenas o que sentia ser no imediato, mas que é também a imagem devolvida pelo espelho. Percebe então a unidade do corpo e do ser. 

[2] «Neste sentido, sou apartado de mim mesmo, e a imagem do espelho prepara-me para uma outra alienação ainda mais grave, que será a alienação por outro. Porque de mim mesmo os outros têm apenas esta imagem exterior análoga à aquela que está no espelho e, por conseguinte, o outro me apartará da minha intimidade imediata"  Merleau-Ponty, Les relations à autrui chez l’enfant, pp 55-57.



sítios de ler | biblioteca de Viana do Castelo

“A criação da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo remonta à segunda metade do século XIX (1), no entanto, à falta de instalações próprias, acordou-se (2) depositar os livros na biblioteca do Liceu Nacional, a funcionar no Palácio dos Cunhas, à rua da Bandeira, ocupado atualmente pelo Governo Civil do Distrito. Assim se manteve, ligada à biblioteca do Liceu, não passando de um amontoado caótico de livros (3) até à sua instalação provisória, em 1912, na sala das Comissões dos Paços do Concelho, junto à sala das sessões da vereação, depois do Pe. Rodrigo Fernandes Fontinha, então presidente da Comissão Municipal Republicana, ter proposto receber os livros legados à Câmara.

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Palácio dos Cunhas (atual Governo Civil)

No dia 3 de Novembro de 1912, a Biblioteca Municipal é finalmente inaugurada e aberta ao público. Na sessão solene realizada, o Pe. Rodrigo Fontinha, ilustre professor do Liceu, fundador da Liga de Instrução, presidente da Câmara e deputado às Constituintes, proferiu “um dos seus mais belos e substanciosos discursos” homenageando a figura do benemérito vianense José Augusto Palhares Malafaya que havia legado um fundo bibliográfico (4) destinado essencialmente, por disposição testamentária, às classes populares, para que “tivessem nas horas vagas leitura fácil e instrutiva”, que juntamente com os livros já existentes constituíam o núcleo bibliográfico inicial da Biblioteca Municipal. É, a partir desta data, que a Biblioteca Municipal ganha visibilidade e passa a funcionar de forma efetiva, muito contribuindo Rodrigo Fontinha com uma série de medidas que se vieram a revelar decisivas (5).

museu municipal
Museu Regional (atual Museu Municipal)

Em Novembro de 1923 as instalações da Biblioteca Municipal são transferidas para o Palácio dos Barbosa Maciel, edifício onde funcionava o Museu Regional (6) , no Largo de S. Domingos, tendo aí permanecido até 1966. Desta data em diante voltou a conhecer um novo espaço, alugado para o efeito, na Casa dos Alpuins, à rua Cândido dos Reis. O seu fundo bibliográfico vinha sendo enriquecido com coleções de particulares (7) e com a aquisição de novos livros no mercado, sobretudo a partir de 1974.

A partir de 1989, em resultado de um contrato programa (8)  estabelecido entre a Câmara Municipal e o Instituto Português do Livro e da Leitura (IPLL), a Biblioteca é renovada no âmbito da Rede Nacional de Leitura Pública e dotada de novas instalações na Casa dos Monfalim, à rua Cândido dos Reis. Às melhorias introduzidas no serviço prestado ao público, nomeadamente ao nível da oferta de um fundo bibliográfico organizado em livre acesso, facilitador da comunicação entre o leitor e o livro, do empréstimo domiciliário que vem permitir a todos os utilizadores a liberdade em escolher o espaço, o tempo e o ritmo de leitura, e duma maior diversidade de oferta de documentos para consulta em que, para além do tradicional suporte em papel, juntavam-se agora também os documentos audiovisuais e eletrónicos.

antiga biblioteca municipal
Edifício da Biblioteca Municipal (Casa dos Monfalim)

Transformada num importante pólo cultural, as instalações da Biblioteca Municipal depressa se tornam exíguas não comportando o sucessivo aumento de utilizadores e do fundo bibliográfico (9). A necessidade de maior espaço para se continuar a afirmar e manter a forte atratividade conseguida junto dos vianenses era uma prioridade.

(…) a opção recaiu na construção de um edifício de raiz, devidamente dimensionado e integrado na envolvente urbana, em local capaz de exercer uma forte atração sobre o público. Entretanto a requalificação de um valioso espaço urbano frente ao rio prevista no Plano Estratégico de Viana do Castelo, em 1994/95, e desenvolvida pelo Arquiteto Fernando Távora no “Estudo Urbanístico da Frente Ribeirinha”, esboçado em Abril de 1995, consagra já a localização do novo edifício da Biblioteca Municipal. Com o Programa Polis e após a realização do Plano de Pormenor da Frente Ribeirinha, o projeto da nova Biblioteca Municipal foi encomendado ao Arquiteto Álvaro Siza Vieira, integrando um conjunto arquitetónico de que também fazem parte os dois edifícios da Praça da Liberdade da autoria do Arquiteto Fernando Távora e o do Coliseu (equipamento multiusos) do Arquiteto Souto Moura. (…)

O edifício foi inaugurado a 20 de Janeiro de 2008″ site da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo

sítios de ler | biblioteca de Braga

“A Biblioteca Pública de Braga localiza-se na Praça do Município.  Foi fundada por Manuel Rodrigues da Silva Abreu, formada com as livrarias dos conventos extintos por lei de 28 de maio de 1834. Foi Almeida Garrett que pela portaria do Ministério do Reino de 27 de Julho de 1840, encarregou Silva Abreu de “coligir e examinar as bibliotecas dos extintos conventos do distrito de Braga, fazer os respectivos catálogos e informar sobre o apreço dos diferentes manuscritos que ali existem”. Silva Abreu recolheu as livrarias dos conventos do Carmo, Falperra, S. Frutuoso, Pópulo e Tibães, de Braga; Santo Antonio dos Capuchos, Casa da Cruz, Casa da Costa, S. Domingos e S. Francisco, de Guimarães; Franqueira, S. Francisco, Palme e Vilar de Frades, de Barcelos; Rendufe e Bouro, de Amares; Arnoia, de Celorico de Basto; e Refojos e Colégio de S. Bento, de Cabeceiras de Basto. A estas livrarias juntou-se a do próprio convento dos Congregados, formando tudo a considerável massa de mais de vinte mil volumes. A Biblioteca foi fundada em 1841 e a sua inauguração fez-se a 16 de Setembro de 1857. Em 1934 mudou-se para a sua localização actual no antigo Paço Arquiepiscopal Bracarense. Desde 1975 está integrada na Universidade do Minho, e possui, desde 1932, um depósito legal de todos os livros e publicações portuguesas. Presentemente possui mais de quinhentos mil volumes.”