Nascido do dia: Óscar Wilde

“Most men and women are forced to perform parts for which they have no qualification.”

“To love oneself is the beginning of a life-long romance.”

Oscar Wilde

Oscar Fingal O’Flahertie Wills Wilde, ou Oscar Wilde, nasceu a 16 de outubro de 1854, em Dublin. Morreu a 30 de novembro de 1900, em Paris. Durante a vida, foi escrito, porta e dramaturgo.

Em 1892, começou uma série de bem sucedidas histórias, hoje clássicos da dramaturgia britânica: O leque de Lady Windermere (1892), Uma Mulher sem Importância (1893), Um Marido Ideal e A importância de ser Prudente (ambas de 1895). Publicou contos como O Príncipe Feliz, O Gigante Egoísta e O Rouxinol e a Rosa, que escrevera para os seus filhos, e O crime de Lord Artur Saville.

O seu único romance foi O Retrato de Dorian Gray. Na prisão, escreveu De Profundis, A Alma do Homem sob o Socialismo e a célebre Balada do Cárcere de Reading. Foi um mestre em criar epigramas, frases marcadas por ironia, sarcasmo e cinismo.

Na Irlanda, na iniciativa One City, One Book, O Retrato de Dorian Gray foi o Livro de 2010. [Dublin: One City, One Book is an award-winning Dublin City Council initiative, led by Dublin City Public Libraries, which encourages everyone to read a book connected with the capital city during the month of April every year.]

Assinalar a efeméride – “Loucos e santos”

O Dia Internacional do Amigo ou Dia Internacional da Amizade celebra-se a 30 de julho.

“Escolho os meus amigos, não pela cor da pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila dos olhos.
Tem que ter um brilho questionador e uma tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espíritos, nem os maus de hábitos.
Fico com os que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero respostas, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isto, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho os meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só ombros e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim, metade maluquice, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, que e lutem para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças para que não esqueçam o valor do vento no nosso rosto; e velhos para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem sou.
Pois vendo os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos nunca me esquecerei de que a ‘normalidade’ é uma ilusão imbecil e estéril…”

Óscar Wilde

Recomendação:

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Original:

“I choose my friends not by their skin or other archetype, but by the pupil.
They have to have questioning shine and unsettled tone.
I’m not interested in the good spirits or the ones with bad habits.
I’ll stick with the ones that are made of me being crazy and blessed.
From them, I don’t want an answer, I want to be reviewed.
I want them to bring me doubts and fears and to tolerate the worst of me.
But that only being crazy.
I want saints, so they daunt doubt differences and ask for forgiveness for injustices.
I choose my friends for their clean face and their soul exposed.
I don’t just want a man or a skirt, I also want his greatest happiness.
A friend that doesn’t laugh together doesn’t know how to cry together.
All my friends are like that, half foolish, half serious.
I don’t want foreseen laughter or cries full of pity.
I want serious friends, those that make reality their fountain of knowledge, but that fight to keep fantasy alive.
I don’t want adult or boring friends.
I want half kids and half elderly.
Kids, so they don’t forget the value of the wind blowing on their faces and elderly people so they’re never in a hurry.
I have friends to know who I am.
Then seeing them as clowns and serious, crazy and saints, young and old, I will never forget that ‘normalcy’ is a sterile and imbecile illusion.”

Influenciar [in O retrado de Dorian Gray]

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Não existe boa influência, senhor Gray. Toda influência é imoral – imoral do ponto de vista científico. (…) Influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. O indivíduo deixa de pensar com os seus próprios pensamentos ou de arder com as suas próprias paixões. As suas virtudes não lhe são naturais. Os seus pecados, se é que existe tal coisa, são tomados de empréstimo. Torna-se o eco de uma música alheia, o actor de um papel que não foi escrito para ele. O objectivo da vida é o desenvolvimento próprio, a total percepção da própria natureza, é para isso que cada um de nós vem ao mundo. Hoje em dia as pessoas têm medo de si próprias. Esqueceram o maior de todos os deveres, o dever para consigo mesmos. É verdade que são caridosas. Alimentam os esfomeados e vestem os pobres. Mas as suas próprias almas morrem de fome e estão nuas. A coragem desapareceu da nossa raça e se calhar nunca a tivemos realmente.
Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray, pág. 107

Excertos…

Dorian, don’t deceive yourself. Life is not governed by will or intention. Life is a question of nerves and fibres and slowly built up cells in which thought hides itself and passion has its dreams. You may fancy yourself safe and think yourself strong. But a chance tone of color in a room or a morning sky, a particular perfume that you had once loved and that brings subtle memories with it, a line from a forgotten poem that you had come across again, a cadence from a piece of music that you had ceased to play-i tell you Dorian, that it is on things like these that our lives depend.

— The Picture of Dorian Gray

Não nos enganemos a nós próprios. A vida não é governada por vontade ou intenção. A vida é uma questão de nervos e fibras, de células lentamente construídas nas quais o pensamento se oculta e a paixão tem os seus sonhos. Cada um pode imaginar-se seguro e pensar-se como forte. Mas a possibilidade do tom de cor de uma sala ou um céu de manhã, um determinado perfume que se tinha apreciado e que traz memórias subtis com ele, uma linha de um poema esquecido que se encontra novamente,uma cadência de uma parte da música que tinha deixado de ouvir, digo-te Dorian, é de coisas como estas que as nossas vidas dependem.

— O Retrato de Dorian Gray

Escreveu  Oscar Wilde.  Disponível on line para download:  The Picture of Dorian Gray – ebook